Ninguém no Brasil conseguiu desenhar mulheres gostosonas tão bem como o desenhista gaúcho Benício. Tanto que ele se transformou no cartazista oficial do cinema brasileiro quando estourou a onda de filmes eróticos e quase eróticos (pornochanchada) no início dos anos 70. Na década de 70, criou cerca de 300 cartazes para o cinema.
É dele os cartazes de clássicos como “A Super-Fêmea” (com Vera Fisher) e “Dona Flor e Seus Dois Maridos “(com Sônia Braga), “Cada Um Dá O Que Tem” (com Eva Vilma), “Eu Faço... Elas Sentem”(com Antônio Fagundes). Qualquer mulher virava uma super-fêmea nos cartazes pintados por Benício. E era os cartazes que faziam as pessoas entrarem nos cinemas.
Nessa época, Benício criava cerca de quatro cartazes por mês. Para a editora Monterrey, que publicava a série ZZ7, ele entregava em torno de 16 capas, mensalmente!
José Luiz Benício chegou ao Rio de Janeiro em 1953, para estudar piano. Tinha 16 anos e, para se manter, arrumou emprego na Rio Gráfica Editora (antecessora da editora Globo), remontando histórias em quadrinhos norte-americanas para serem publicadas no Brasil. Dos quadrinhos, Benício partiu para as capas, ilustrações e desenhos de moda para as revistas femininas da editora: ”Querida”, “Contos de Amor” e “Cinderela”, que publicou sua única HQ. Foi nessa época que ele desenvolveu o talento para desenhar figuras femininas. Em 1982 entrou na Artplan Comunicações, onde ficou 20 anos.
Benício continuou em grande atividade pelos anos 80, trabalhando sempre com tinta aguache, até a posse do presidente Fernado Collor, que fechou a Embrafilme e paralisou a produção cinematográfica no Brasilpor falta de financiamento. Com a chamada 'Retomada', já nos anos 2000, e a substituição do pincel pelo computador, tornando a execução dos trabalhos mais baratos, ele passou a ser menos solicitado pelo cinema. Com mais de 50 anos de carreira, ilustrando projetos de arquitetura e autor de trabalhos para as revistas Veja, Playboy e Isto É, entre outras, hoje dedica seu tempo a atender encomendas para ilustrações de anúncios publicitários e matérias internas de revistas, em seu estúdio particular no Leblon, Rio de Janeiro.
Ele fez de Brigitte Monfort a maior estrela da literatura pop brasileira
Brigitte Monfort é a personagem brasileira com a carreira mais longa na história da literatura brasileira. 449 livros foram publicados com as aventuras da espiã, sem contar as reedições. Durante quase duas décadas, ela foi o sonho de milhares (milhões?) de brasileiros.
Brigitte Monfort é filha de Gisele Monfort (“A Espiã nua Que Abalou Paris”), criada pelo jornalista David Nasser – autor de sambas como “Nega Do Cabelo Duro”. A maior parte das histórias de Brigitte foram escritas por um espanhol, que assinava Lou Carrigan. Mas quen definiu o visual da heroína, e provavelmente o maior responsável pelo sucesso da série, foi o ilustrador gaúcho Benício.
Visitem: http://www.benicioilustrador.com.br/